Ferramentas de Inteligência Artificial como o ChatGPT são “incontornáveis”, cabendo ao
Ensino Superior fomentar nos estudantes o “espírito crítico” necessário para que o seu uso
possa trazer benefícios no processo de aprendizagem, referiu ontem, no Instituto Politécnico
de Setúbal (IPS), o investigador Pedro Isaías, numa palestra que marcou
o arranque da 13ª Semana Internacional do IPS, que decorre até sexta-
feira, dia 30, sob o tema “Bring the Future to Academia”.

Segundo o docente da Universidade Aberta (UAB) e também colaborador da University of
New South Wales, em Sydney, Austrália, o ChatGPT é tão “inevitável” como o
Google e outras ferramentas de busca na Internet o foram há anos atrás. “Não há
como combatê-lo, não vale a pena – é como combater moinhos de vento”, disse, sublinhando
o novo papel dos docentes como “facilitadores” na interação com esta e outras novas
ferramentas. “O professor pode ajudar, inclusivamente usando o ChatGPT na
sala de aula como parte oficial dos trabalhos, fomentando o debate e apoiando na
interpretação dos outputs da ferramenta e na validação da informação que é
oferecida”.

Na sua intervenção, o orador convidado, doutorado em Gestão de Informação, elencou
também várias modalidades de ensino/aprendizagem já em uso, fruto da evolução
tecnológica, destacando as metodologias ativas como “essenciais para tornar o ensino mais
interessante”. “Os estudantes de hoje querem um ensino em que eles
possam participar, não querem ser apenas espetadores passivos. O papel dos estudantes
também está em transformação e o caminho é claramente por aí, que deixem de ser só
destinatários para passarem também a ser participantes ativos”, concluiu.

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Após três anos de interregno, a Semana Internacional regressa ao IPS numa edição que
mobiliza cerca de 90 participantes, entre docentes, investigadores, pessoal não docente e
estudantes, vindos de 24 instituições de ensino superior e representando 13 nacionalidades.
De acordo com Luísa Carvalho, vice-presidente do IPS para a
Investigação e Internacionalização, trata-se de uma oportunidade privilegiada de
“melhorar os nossos índices de internacionalização, promover o networking e a
identificação de novas parcerias para o ensino,  a mobilidade e  a investigação, e também de
dar a conhecer in loco aos nossos parceiros o que se faz no IPS e as suas infraestruturas, a
nossa região e as suas potencialidades turísticas”.

A responsável destacou ainda a oportunidade de poder debater os desafios deste “novo
paradigma do ensino” na era digital com colegas de diferentes países, culturas, formações
académicas e profissionais, através de uma programação de palestras, mesas redondas e
workshops que se distribui entre cinco temas centrais:  Universidades Europeias
e Cooperação Internacional; Internacionalização e Investigação; Inovação e Propriedade
Intelectual; Educação 5.0 e Inteligência Artificial; e Ciência Cidadã e Comunicação Científica.

Na sessão de abertura, que decorreu no Auditório Nobre da instituição, deram também
as boas-vindas aos participantes internacionais Pedro Ferreira, vice-presidente do IPS, Ivan
Svac, presidente da Associação Académica (AAIPS), os coordenadores de mobilidade das
cinco escolas e a pró-presidente Raquel Barreira, que coordena no IPS a Aliança Universitária
Europeia E³UDRES², consórcio de nove instituições de ensino superior de ciências aplicadas
focado na cocriação de projetos para o desenvolvimento de regiões inteligentes e
sustentáveis.

I Conferência E³UDRES² sobre Ciência Cidadã

Em paralelo com a 13ª Semana Internacional do IPS, decorre ainda a I Conferência
E³UDRES² sobre Ciência Cidadã,  entre 2