2º Congresso do IPS | Sampaio da Nóvoa defende ‘metamorfose da escola’
António Sampaio da
Nóvoa, embaixador de Portugal na Unesco, preconizou hoje, no
Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), a ideia de uma
“metamorfose da escola”, a começar por um
“novo ambiente educativo” em que se valorize “a
cooperação, o aprender a pensar, o acompanhamento personalizado”.
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O reitor honorário da Universidade de Lisboa
falava no âmbito da conferência “Contributo da
educação para o desenvolvimento da sociedade”, que
encerrou a manhã de trabalhos do último dia do 2.º
Congresso do IPS, em que se refletiu sobre as instituições de ensino
superior enquanto agentes de desenvolvimento das regiões.
“Precisamos de uma escola que seja como
uma espécie de grande biblioteca”, ilustrou, defendendo a
educação enquanto instituição e não como “um
serviço que se presta ou um consumo”, como parecem antever os estudiosos
do cérebro, do digital e da inteligência artificial. Os “futuristas da
educação”, como lhes chamou.
O professor catedrático lembrou ainda que
esta realidade já está em marcha em várias partes do mundo,
nomeadamente na Faculdade de Medicina da prestigiada Universidade de Harvard, onde
“se aboliram as aulas e as disciplinas e professores e estudantes estão a
estudar e a trabalhar uns com os outros”.
E esclareceu que não se trata de uma
mudança de paradigma, mas antes de “uma evolução a partir do
que já existe”, ao reconhecer as virtudes do modelo escolar que temos
conhecido nos últimos 150 anos, mas também a necessidade de este ser
“repensado”. “Esta escola já não funciona no
século XXI”.
Finalmente, a par de uma “outra
escola” Sampaio da Nóvoa expôs igualmente a urgência de uma
“outra ciência”, que deve assentar nos pilares da
“convergência disciplinar” e da “abertura” (open
science) para além do casulo académico e com impacto efetivo na
sociedade, na “vida em comum”.
IPS quer reforçar
“capacidade de causar impacto” na região
O 2.º Congresso do
IPS, que celebra o 40.º aniversário desta instituição de ensino,
foi encerrado ao início da tarde, depois de uma visita à
exposição, patente na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, que
mostra à comunidade o trabalho desenvolvido nas áreas pedagógica,
científica, tecnológica e de projetos em parceria com a região.
Em jeito de balanço, o presidente
Pedro Dominguinhos realçou, entre as ideias chave que foram recolhidas
nestes dois dias de reflexão sobre o futuro do ens
