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“Queremos ser uma referência nacional e internacional na prevenção e combate aos incêndios florestais”

Francisco Cerveira, diplomado do IPS, conta como nasceu e ganhou corpo o projeto “Ignitronic”, vencedor do 2.º lugar do 21.º Poliempreende, competição recentemente disputada na Universidade de Aveiro. Em nome da equipa que formou com o irmão, Tomás, antevê um “futuro exigente, mas extremamente promissor” para esta solução tecnológica que chegou para “mudar o paradigma” da prevenção e combate aos incêndios florestais.

Como surgiu a ideia que deu origem ao projeto “Ignitronic”?
Sempre tive uma veia empreendedora, presente desde a infância, que me levava a procurar constantemente criar algo meu. Nunca me conformei facilmente com o status quo, tenho uma necessidade interior de transformar ideias em realidade. Acima de tudo, sempre me guiou a vontade de desenvolver algo com verdadeiro impacto, capaz de melhorar diretamente a vida das pessoas.
A “Ignitronic” nasceu dessa inquietação. Foi numa daquelas noites em que a mente simplesmente não descansa. Estava a refletir sobre os enormes desafios dos incêndios florestais e sobre como a tecnologia, área que é a minha base de formação, poderia ser colocada ao serviço da sociedade. Pensei nas perdas humanas e ambientais que, ano após ano, marcam tantas comunidades, e na urgência de criar soluções que não falhem. Foi assim, de forma espontânea, em novembro de 2024, por volta da 1h da manhã, que surgiu o conceito da “Ignitronic”.

Concretamente, em que consiste a vossa ideia de negócio e como vai ela auxiliar na prevenção e combate aos incêndios florestais?
Os incêndios estão cada vez mais intensos e devastadores. Ano após ano, inúmeras vidas são ceifadas, várias comunidades destruídas… A verdade é que continuamos a reagir em vez de agir. Anualmente, investem-se, só em Portugal, cerca de 500 milhões de euros em prevenção e combate. O valor é 10 vezes superior a nível europeu. O hemisfério muda e o problema é o mesmo.
Queremos mudar o paradigma. De forma objetiva, o propósito central da “Ignitronic” é proteger os nossos bens, as nossas vidas e as nossas florestas. Atuamos em três frentes: prevenção, predição e resposta. Usamos a tecnologia para antecipar riscos, prever o comportamento do fogo e reagir de forma rápida e coordenada. Podemos dizer que, mais do que combater incêndios, queremos que num futuro próximo já não se percam vidas para as chamas.

 

O propósito central da “Ignitronic” é proteger os nossos bens, as nossas vidas e as nossas florestas. Atuamos em três frentes: prevenção, predição e resposta. Usamos a tecnologia para antecipar riscos, prever o comportamento do fogo e reagir de forma rápida e coordenada. Mais do que combater incêndios, queremos que num futuro próximo já não se percam vidas para as chamas
Francisco Cerveira, diplomado do IPS

O que significa para a equipa este 2.º lugar no Poliempreende e como irá aplicar o valor pecuniário atribuído?
Não escondemos a frustração de não termos alcançado o primeiro lugar. Mas, deixando isso para trás, estamos muito felizes com o resultado. Este prémio representa a concretização de todo o trabalho feito até aqui, foram dias e noites dedicados à procura e desenvolvimento de um sistema mais robusto e capaz.
O segundo lugar é, ao mesmo tempo, uma congratulação pelo esforço realizado e uma mensagem clara de que não devemos conformar-nos. Porque, na verdade, isto é apenas o começo. Temos de continuar com a mesma sede de fazer mais e melhor.
Além disso, esta conquista trouxe-nos visibilidade e um apoio financeiro que será fundamental para o próximo passo, que passa por captar mais investimento e, futuramente, avançar com a candidatura a programas europeus.

Em que medida é que os serviços de apoio ao empreendedorismo no IPS, nomeadamente a sua incubadora de ideias de negócio, contribuíram para que esta ideia ganhasse corpo?
O apoio ao empreendedorismo no IPS, em particular através das técnicas Hortense, Elis e Adriana, a quem presto os nossos sinceros agradecimentos, foi determinante para transformar a “Ignitronic” de uma simples visão em algo concreto. Todo este ecossistema proporcionou-nos não apenas orientação e mentoria, mas também o espaço para validar a ideia, contactar com pessoas com conhecimentos e experiência em diversas áreas, entre as quais destaco o professor Nuno Nunes.
Vamos continuar a manter esta parceria de sucesso, porque a partir de agora, há ainda muito trabalho pela frente e é com esse espírito que continuaremos a desenvolver e a consolidar a “Ignitronic”.
Tenho um agradecimento especial ao professor, mentor e amigo Sérgio Veríssimo, que me acompanha desde o momento em que a “Ignitronic” era apenas uma palavra. Foi também ele quem, numa primeira instância, me incentivou a participar no Poliempreende, tornando este percurso possível.

Como se antevê o futuro do projeto “Ignitronic”?
O futuro da “Ignitronic” prevê-se exigente, mas extremamente promissor. Estamos conscientes de que há muito trabalho pela frente para transformar esta visão numa solução plenamente operacional, mas é exatamente esse desafio que nos acaba por motivar. O nosso próximo passo passa por captar investimento, consolidar o desenvolvimento tecnológico, e preparar a candidatura a programas europeus, que nos permitirão escalar o projeto.
A nossa ambição é muito clara: que a “Ignitronic” se afirme como uma referência nacional e internacional na prevenção e combate aos incêndios florestais.

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