Cerca de 300 enfermeiros e outros profissionais de saúde estiveram recentemente reunidos no Politécnico de Setúbal (IPS), para mais uma edição do Congresso Internacional do Doente Crítico, promovido pela Associação Portuguesa de Enfermeiros (APE), em parceria com o IPS, através da sua Escola Superior de Saúde (ESS/IPS).

Ao longo de três dias, entre 6 e 8 de novembro, o programa ofereceu várias oportunidades de reflexão, atualização e partilha de conhecimento científico sobre os cuidados ao doente crítico, contando com os contributos de peritos e profissionais ligados à prática clínica e ao contexto académico.

A gestão de recursos e a resiliência das equipas em contexto crítico, os avanços tecnológicos e a inovação nos cuidados intensivos, bem como a humanização e ética no acompanhamento do doente crítico e da família, foram alguns dos desafios abordados nesta edição, que coincidiu com um contexto particularmente exigente para o setor da Saúde em Portugal.

“Num momento em que o sistema de Saúde português enfrenta desafios estruturais, como a escassez de recursos humanos, a pressão assistencial e a crescente complexidade clínica, este congresso procurou justamente refletir e propor soluções inovadoras para uma prática mais sustentável, segura e humanizada”, explica Paulo Monteiro, membro da Comissão Científica.

Com a participação de oradores provenientes de Portugal, Espanha e Holanda, o encontro científico assegurou “uma abordagem comparativa e enriquecida sobre práticas e modelos de organização dos cuidados ao doente crítico”, adianta ainda o enfermeiro, destacando “a importância da colaboração transnacional e do intercâmbio científico, como forma de impulsionar respostas inovadoras e eficientes aos desafios globais em saúde”.

Além das palestras, posters e comunicações livres, o programa contemplou igualmente uma componente formativa, com diversos workshops e masterclasses onde se abordaram temas como ecografia para enfermeiros no doente crítico, ventilação mecânica, monitorização hemodinâmica, gestão de cenários de catástrofe, trauma e transporte do doente crítico, “reforçando a ligação entre o ensino, a investigação e a prática clínica”, assinala o responsável.

A edição de 2025 refletiu, por último, “o dinamismo da investigação nacional e a crescente consolidação desta área enquanto especialidade científica e campo de excelência clínica”, remata Paulo Monteiro.

Criada em 1968, a APE é a mais antiga associação profissional de enfermagem, à qual a ESS/IPS está ligada através de protocolo de cooperação, numa parceria de importância estratégica.