IPS acolhe sessão ‘Tratar o Cancro por tu’ com casa cheia – IPS – Instituto Politécnico de Setubal
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IPS acolhe sessão ‘Tratar o Cancro por tu’ com casa cheia

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Especialistas em medicina e nutrição alertaram ontem, no
Politécnico de Setúbal (IPS), para a necessidade urgente de uma
mudança de paradigma alimentar em Portugal, nomeadamente no que diz respeito ao
consumo de álcool e de carnes processadas, os populares
enchidos, considerados pela Organização Mundial de Saúde como
carcinogéneos diretos, com associação a
vários tipos de cancro.

A sessão, que decorreu no âmbito da iniciativa nacional
“Tratar o Cancro por tu”,
organizada pelo Instituto de Patologia e
Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), juntou à mesa de
conversa Catarina Fidalgo, médica especialista em
Gastrenterologia e Hepatologia, e Pedro Graça, diretor da
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da
Universidade do Porto, tendo como anfitriões Manuel Sobrinho
Simões
, diretor do Ipatimup,  e Fátima
Carneiro
, ambos patologistas de renome mundial.

Tendo mobilizado mais de uma centena de participantes, a
sessão de literacia sobre cancro debruçou-se sobre a temática
“Cancro, alimentação e nutrição: mitos e
realidades”
, chamando a atenção para hábitos
alimentares normalizados e que, segundo a evidência científica mais recente,
têm correlação direta com vários tipos de doenças
oncológicas.

“À cabeça podemos falar logo no elefante na sala, que
é o álcool, uma substância muito bem aceite socialmente, que
não tem o estigma de outras substâncias nocivas e que, ainda por cima, no
espaço mediático e publicitário, é frequentemente associada ao
desporto”
, referiu Catarina Fidalgo.

“No caso do álcool, quando falamos em cancro, não
há risco mínimo: consumir zero é bom, consumir um bocadinho
já é mau, consumir muito é muito mau”
, acrescentou
Pedro Graça, apontando para o “problema de saúde
pública”
decorrente deste consumo, num país que é
produtor de vinho e que o tem frequentemente “disponível nos
supermercados a preços muito acessíveis”
.

Ambos os especialistas defenderam a dieta mediterrânica, em
que predominam fruta, hortícolas e leguminosas sobre a proteína animal,
como “fator de proteção de muitas doenças, incluindo o
cancro”
. E, lembrando a importância do fator prazer, quando se fala em
gastronomia e convívio, recomendaram contenção e uma maior
aproximação ao estilo de vida dos nossos antepassados.

“Portugal tem uma larguíssima tradição
mediterrânica, que se caracteriza pela escassez de proteína. Os nossos cozidos
nunca tiveram muita carne, mas tinham um bocadinho de fumado para dar aroma de carne
às couves e batatas. Isto tem a ver com uma cultura alimentar, que era dos nossos
avós, e que se perdeu nas cidades”
, lembrou o nutricionista,
secundado por Catarina Fidalgo, para quem o consumo de alimentos nocivos, mas saborosos,
deve ser feito com “caráter de exceção, como iguarias para
dias especiais, de celebração, três, quatro vezes por ano”

Os convidados da sessão no IPS lembraram também a
importância de uma mobilização coletiva para as questões
da alimentação saudável
, incluindo as empresas e
organizações e as instituições de ensino, onde se trabalha e
estuda, “para que se possa criar um ambiente em que seja fácil
consumir saudável, em vez de se colocar toda a responsabilidade sobre o pobre
cidadão trabalhador que, chegando tarde a casa, entre uma lasanha do supermercado
e a preparação de um prato de raiz com ingredientes de qualidade, vai preferir
a primeira opção”
, rematou Pedro Graça.

Nesta sua 4.ª edição, que passou pelo IPS, a iniciativa “Tratar o
Cancro por tu” contempla um total de cinco cidades, cumprindo mais uma vez o
propósito de dar a conhecer à população os

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