
E³UDRES² Autumn Summit 2025: Antigo ministro Manuel Heitor defende uma Europa centrada no conhecimento
- Categorias Ciência, Conferências, Ensino Superior, Inovação, Internacional, Investigação, Parcerias
- Data 23/09/2025

Mais de 200 participantes da Aliança Europeia E³UDRES², universidades parceiras associadas e especialistas externos vão estar reunidos no IPS até ao final da semana
O antigo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, esteve hoje no Politécnico de Setúbal (IPS) em defesa de uma mobilização ativa de investigadores e instituições científicas no sentido de colocar o conhecimento no centro das políticas europeias de futuro.
O antigo governante, atual coordenador do grupo de peritos do programa Horizonte Europa, falava no âmbito da conferência “Alinhar, Agir, Acelerar: Investigação, Tecnologia e Inovação para impulsionar a competitividade europeia”, que abriu os trabalhos da E³UDRES² Autumn Summit 2025, onde mais de 200 participantes da Aliança Europeia E³UDRES², universidades parceiras associadas e especialistas externos vão estar reunidos até ao final da semana.
“Estamos todos na Europa perante uma oportunidade única de dar uma maior centralidade à investigação e inovação em associação com uma estrutura de prevenção, preparação e prontidão. Isto requer mais ativismo científico de pessoas como as que estão aqui reunidas para garantir que podemos atrair os principais decisores políticos europeus em torno da ideia de que o conhecimento é a única forma de assegurar um futuro mais seguro para as próximas gerações”, disse.
Num contexto global onde há que medir forças com potências como os Estados Unidos, a China ou a Rússia, o orador convidado lembrou também a urgência de “reduzir a precariedade das carreiras científicas, dando mais condições de atratividade para as novas gerações de investigadores”. Para tal, há que assegurar “um financiamento estruturado e de longo prazo para a investigação e inovação e exigir novos modelos de governação para acelerar os processos”. Só assim, rematou, será garantido “o apoio a tecnologias de ponta que possam contribuir para um futuro europeu sustentável”.
Este encontro em Setúbal decorre no final do segundo ano do atual período de financiamento da aliança E³UDRES², centrando-se nos processos de trabalho, resultados e próximos passos. São mais de 30 as atividades programadas até sexta-feira, 26, entre reuniões dos órgãos de governança, workshops temáticos, sessões de networking e sessões de formação.


Como anfitriã, a presidente do IPS, Ângela Lemos, descreveu estes cinco anos de envolvimento na E³UDRES² enquanto membro fundador como “um trajeto de confiança e trabalho em equipa rumo à excelência”. A responsável antecipou também uma semana de trabalho profícua em reflexões sobre “novas formas de colaboração, no ensino, investigação e também na mobilidade de estudantes, formações conjuntas e outras parcerias” que possam aproximar ainda mais os nove países da aliança.
Por seu turno, o presidente da E³UDRES², Hannes Raffaseder, quis situar os presentes sobre o propósito mais vasto da aliança universitária e deste encontro. “Não é sobre burocracia ou grupos de trabalho. É sobre moldar o futuro da Educação e da Europa, o que é hoje mais importante do que nunca”, disse, lembrando a responsabilidade de “garantir os valores europeus, encontrar soluções para os desafios sociais e económicos que enfrentamos e assegurar que a Inteligência Artificial e outras tecnologias são usadas a favor dos ser humano”.
Ao longo destes cinco dias, destacam-se momentos de partilha e cocriação como o Fórum de Líderes, a Assembleia Geral E³UDRES² e o Sines Leadership Hackaton, que reúne líderes e parceiros regionais para explorar potenciais sinergias com a E³UDRES² para alargamento da oferta formativa do IPS em Sines. O projeto E³UDRES² Ent-r-e-novators, financiado pelo programa Horizonte Europa e coordenado pelo IPS, realiza também, no âmbito deste encontro, as suas reuniões finais, bem como os workhops “Open Science, Open Education” e “Citizen Science”.
Outro dos destaques do programa vai para a exposição “Unissued Diplomas”, que conta a história de quatro dezenas de estudantes ucranianos que não puderam concluir as suas formações devido ao conflito que decorre no país, contando também com a perspetiva de universidades parceiras ucranianas associadas da E³UDRES².