IPS abre novos grupos de tratamento para pessoas com fibromialgia
A equipa do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) que está a
investigar os efeitos da Fisioterapia em pessoas com fibromialgia, no âmbito do
projeto SHARE, regressa ao terreno depois de um período de suspensão de novos
grupos de tratamento, em virtude da crise sanitária, para promover uma nova
ronda de recrutamento de voluntários, cujas inscrições estão a decorrer até dia
23 de agosto.
Os investigadores, do Centro Interdisciplinar de Investigação Aplicada em
Saúde do IPS, consideram que “o exercício físico é essencial para quem tem
fibromialgia” e que “a sua prática deve ser reiniciada” o quanto antes, desde que em
segurança. Estão, por isso, reunidas todas as condições para “garantir um regresso seguro,
contanto com os materiais de proteção individual e desinfeção necessários para todos as
participantes, gratuitamente”, asseguram.
A investigação, que arrancou em finais de janeiro com 24 pacientes diagnosticados
clinicamente com fibromialgia, integra o projeto SHARE – Saúde e Humanidades
Atuando em Rede, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e
vai estar no terreno até outubro de 2020. O programa contempla exercícios de grupo em
duas sessões presenciais por semana, e uma de trabalho autónomo.
Com causas que não estão ainda perfeitamente identificadas, a fibromialgia é uma
síndrome de natureza crónica que afeta perto de 200 mil pessoas em
Portugal e que apresenta como principais sintomas a dor generalizada e a fadiga.
Frequentemente, numa primeira linha, é tratada com recurso a fármacos, sem que
previamente se explorem os potenciais benefícios das abordagens não farmacológicas,
como é o caso da fisioterapia, através da prática de exercício específico associada a uma
capacitação para autogerir uma condição clínica que é crónica.
A investigação foi precedida de um estudo piloto, que gerou “resultados muito positivos
ao nível da diminuição da dor e da fadiga e do aumento dos níveis de funcionalidade, ou
seja, da capacidade de realizar as tarefas do dia a dia”, pelo que, explica Carmen
Caeiro, investigadora responsável, há “fortes indicadores do
potencial deste tratamento para uma melhoria da qualidade de vida destes pacientes”.
O estudo, liderado pelo IPS, tem como parceiros a MYOS – Associação Nacional Contra
a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, e os centros hospitalares de Setúbal (Unidade
Multidisciplinar de Terapêutica da Dor) e de Lisboa Ocidental (Hospital de Egas
Moniz).
A participação é gratuita, mediante inscrição através do telefone
910 710 518 ou do endereço patricia.falcao@ess.ips.pt
##1##
06 de
agosto/2020
