IPS alerta para fragilidade da Economia Social em tempo de pandemia – IPS – Instituto Politécnico de Setubal
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IPS alerta para fragilidade da Economia Social em tempo de pandemia

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Um estudo desenvolvido por investigadores dos institutos politécnicos de
Setúbal (IPS) e de  Portalegre
conclui que uma em cada cinco organizações da
Economia Social (OES) corre o risco de fechar portas nos próximos dois meses, na
sequência do impacto causado pela pandemia no setor. 

Coordenada pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP),
a investigação, denominada “Economia Social no contexto COVID-19”,
baseou-se num inquérito online, realizado entre finais de maio e inícios de julho, que contou
com a participação de 557 instituições, entre  IPSS, Misericórdias,
Cooperativas e delegações distritais do Banco Alimentar e da Cáritas, de todos os distritos
de Portugal (incluindo regiões autónomas).

As conclusões, que são um “grito de alerta”, apontam
para “uma perda de receitas significativa e um aumento dos custos”
, que afetaram a maioria das instituições inquiridas,  sendo que
“a pandemia também afetou a capacidade de prestação de serviços, sobretudo nas
áreas da educação, artes e cultura”
, explica Pedro Dominguinhos,
presidente do CCISP e também do IPS.

A redução das contribuições devido ao cancelamento de serviços e um decréscimo nas
doações são os principais desafios identificados pelo estudo, que aponta para o risco de
encerramento de 19% destas instituições nos próximos dois meses. No topo das
necessidades identificadas encontra-se o apoio no processo de reavaliação das estratégias
de angariação de fundos, tendo sido também reportadas, por 23% das inquiridas,
dificuldades de comunicação com entidades públicas, nomeadamente a Segurança Social e
as câmaras municipais.

“O estudo é claro ao apontar que cerca de 20 por cento das
organizações têm receio de que nos próximos meses tenham de fechar as portas, se não
houver uma intervenção significativa da arrecadação das receitas extraordinárias, doações
ou outras iniciativas do Estado que possam ajudar estas organizações”,

adianta o responsável, sublinhando a necessidade de uma nova abordagem, quer em
termos de políticas públicas, quer de gestão das próprias organizações envolvidas.

A título de exemplo, Pedro Dominguinhos defende  uma “reavaliação da
estratégia de angariação de fundos, ao nível do apoio tecnológico, porque estas instituições
têm de ter uma comunicação muito eletrónica de interfaces com instituições públicas. Por
outro lado, a divulgação de um reporte em tempo real sobre as necessidades destas
organizações de economia social.”

“Algo que é essencial é perceber que estas organizações precisam de
capacidade de gestão financeira e recursos humanos e de interação com organismos da
segurança social. A maioria destas organizações são de reduzida dimensão e assentam no
voluntariado. Outra área em que estas organizações pedem ajuda é ao nível do
planeamento financeiro”,
explica.

A maioria das OES inquiridas tem mais de 20 anos de experiência e opera com o
estatuto de IPSS no apoio à pessoa idosa, educação, artes e cultura, juventude, serviços
sociais, desporto e saúde, concentrando-se sobretudo nos centros urbanos de Lisboa, Porto
e Setúbal. Os resultados revelam que 24% terá dificuldades em pagar por completo as
remunerações nos próximos dois meses, principalmente as que operam nas áreas das artes
e cultura, sendo que a grande maioria (82%) afirma ter registado uma diminuição de
receitas nos últimos tempos.

 

04 de
agosto/2020

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