IPS ministra formação avançada para docentes na Guiné-Bissau
O Instituto Politécnico de Setúbal, através da sua Escola
Superior de Educação (ESE/IPS), está a ministrar uma formação
avançada na Guiné-Bissau, que se dirige aos docentes das escolas de formação de
educadores e professores de todo o país, no âmbito do PRECASE – Programa de
Reforço de Capacidades do Sistema Educativo, que decorre desde 2019.
A ação, que arrancou oficialmente no passado dia 31 de janeiro, com a presença de uma
equipa de quatro docentes da ESE/IPS, terá a duração de um ano (750 horas), seguindo um
modelo de ensino-aprendizagem híbrido, conjugando metodologias online e
presenciais.
A formação acreditada pela ESE/IPS abrange todas as Escolas de Formação Inicial do
país, permitindo aos professores com nível de bacharelato reforçar competências,
aprofundar conhecimentos e obter o grau de licenciatura.
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O envolvimento da ESE/IPS neste programa reveste-se, no entanto, de uma abrangência
mais alargada. “O objetivo é reforçar as capacidades do sistema educativo e, nesse
sentido, foram construídos planos curriculares com maior atualidade e adequados às
necessidades de formação de educadores de infância e de professores do ensino
básico”, referem Pedro Felício e Miguel Figueiredo, coordenadores da equipa
da ESE/IPS, que envolve um total de 26 docentes.
Os responsáveis, que sublinham o “trabalho conjunto com os docentes e os
responsáveis da Escola Normal 17 de Fevereiro, em Bissau, em articulação com o Ministério
da Educação”, acrescentam ainda a “introdução de metodologias de ensino
mais dinâmicas, que poderão conduzir a melhores aprendizagens e, consequentemente, a
uma melhor formação”.
Fazendo o balanço dos períodos de formação no terreno, a equipa de coordenação
identifica as áreas disciplinares de Introdução às Novas Tecnologias e de Expressões
como aquelas em que se verificam as maiores lacunas. No primeiro caso, tratando-
se de uma disciplina que não existia nos cursos de bacharelato, “foi necessário apetrechar
uma sala com equipamentos específicos, que permitissem aos estudantes ter, nalguns casos,
o primeiro contacto com um computador”.
No domínio das Expressões, o que se verifica de forma mais premente é a “necessidade
de requalificação dos docentes que a lecionam e também de capacitar novos docentes para a
área”.
De forma global, a equipa da ESE/IPS tem-se deparado com “a falta estrutural de
recursos materiais, como livros ou materiais manipuláveis”, mas igualmente com
“bastante adesão e motivação para a participação no projeto e para a adoção de novas
formas de abordar os diversos conteúdos”, notam.
Quanto à última missão da equipa em Bissau, que decorreu de 29 janeiro a 05 de
fevereiro, coincidindo com uma tentativa de golpe de Estado no país, os
docentes falam de “uma experiência intensa, com muitas emoções”, que
obrigou ao cancelamento imediato das atividades previstas para vários dos dias de formação.
“Tal reduziu de forma relevante a concretização das atividades programadas, mas
estamos a definir uma estratégia e calendário para as compensar”, garantem os
coordenadores.
O PRECASE, que se prolonga até 2023, visa o aumento dos padrões
de qualidade da educação e da aprendizagem nos subsistemas pré-escolar, ensino básico e
secundário na Guiné-Bissau, sendo financiado pelo Camões – Instituto da
Cooperação e da Língua, implementado pela Fundação Fé e Cooperação (FEC), em parceria
com o Ministério da Educação e Ensino Superior da Guiné-Bissau (MENES), ESE/IPS e
Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
Créditos das fotos: Camões – Instituto da Cooperação e da
