O ministro do Ensino Superior, Ciência e Cultura de Timor-Leste, José
Jerónimo, visitou esta semana o Politécnico de
Setúbal (IPS), para se inteirar de possíveis formas de
colaboração com Portugal no processo de implementação
de uma rede de ensino superior politécnico naquele país.

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O governante e os assessores Edmundo Viegas e Filipe Silva, que estão em Portugal
como parte da comitiva da visita oficial do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão,
estiveram reunidos com a presidente do IPS, Ângela Lemos, e os
diretores das escolas superiores de Educação, João Pires, e de
Tecnologia de Setúbal, Luísa Torre, seguindo-se uma visita às
respetivas instalações.

A visita surge no seguimento de iniciativas de cooperação encetadas
recentemente entre o CCISP – Conselho Coordenador dos Institutos Superiores
Politécnicos e a República Democrática de Timor-Leste, e pretende
averiguar, em concreto, “qual a disponibilidade de o IPS poder ajudar a estabelecer o
Ensino Superior Politécnico em Timor”, explicou José Jerónimo.

No encontro, foram identificadas como principais lacunas para uma efetiva
implementação do subsistema politécnico, já contemplado na
legislação timorense, a falta de um corpo docente qualificado
para um ensino de cariz mais prático e laboratorial e a necessidade de
instalações adequadas.

O país do Sudeste Asiático tem neste momento em funcionamento
19 instituições de ensino superior, sendo que apenas uma, de
natureza pública, se inscreve no subsistema politécnico, ainda que de forma
muito incipiente, abarcando as áreas de Agricultura e Engenharia. Este universo abarca
cerca de 70 mil estudantes, numa população de 1, 3
milhões, dos quais 500 mil têm menos de 20 anos, significando “muito
potencial, mas também muitos desafios”.

O IPS está “claramente disponível para colaborar”
neste processo, tal como referiu a sua presidente na ocasião, identificando
desde logo algumas áreas disciplinares, reconhecidamente estratégicas para
aquele país, em que o IPS poderá emprestar o seu know how,
nomeadamente Tecnologias do Petróleo e diferentes ramos
da Engenharia, como a Mecânica e a Eletrotecnia.

Ângela Lemos lembrou igualmente o historial do IPS enquanto
instituição parceira de projetos internacionais de cooperação e apoio
ao desenvolvimento, nomeadamente em Timor-Leste, na década de 90, através
da sua Escola Superior de Educação.

15 outubro/2024