Lançamento do Livro ‘Setúbal – Roteiros Republicanos’ – IPS – Instituto Politécnico de Setubal
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Lançamento do Livro ‘Setúbal – Roteiros Republicanos’


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Apresentação do Livro “Setúbal – Roteiros Republicanos”

5 Março 2011 l 17h00 l Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal

Autor: Prof. Albérico Afonso – Docente da ESE/IPS (Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal)

Apresentação da obra: Professor e historiador Fernando Rosas

“Quem quiser passear por Setúbal no anoitecer do dia quatro para cinco de Outubro de 1910, encontrará nas páginas deste livro uma cidade incandescente, com as ruas repletas das suas gentes, multidões a exigirem o fim da monarquia. Escutará a música com que as filarmónicas locais acompanhavam o cortejo, e assistirá à tomada da Bastilha setubalense, a sede da polícia monárquica, que funcionava nos Paços do Concelho. Será testemunha ainda dos incêndios ateados à igreja do Coração de Jesus ocupada pelos jesuítas e ao convento de Brancannes, residência dos franciscanos.

Entenderá o papel desempenhado por Setúbal na implantação do regime republicano. Aliás, o destino da República esteve desde a génese ao fim ligado a esta cidade. Foi aqui que o X Congresso do Partido Republicano decidiu em 1909 a via insurreccional para a tomada do poder. Foi em Setúbal, que o novo regime chegou de véspera, à semelhança de outros concelhos da margem sul, antes mesmo de ter sido declarado vencedor em Lisboa. Finalmente, foi nesta cidade que se consumou a ruptura entre o movimento operário e o regime que agora se comemora, com o assassinato pela polícia, de uma operária conserveira e de um moço dessa mesma indústria.

Há muito que aqui latejava a veia republicana. O ideal republicano concitava um enorme entusiasmo e esperança na sociedade setubalense. Republicanos, sindicalistas revolucionários, comerciantes, outros sectores importantes da burguesia local, elites intelectuais, o povo em geral, todos em conjunto, integravam uma vasta frente unida na vontade de pôr um ponto final à Monarquia e iniciar uma nova vida com a República.

Setúbal funcionou como uma espécie de laboratório da esperança republicana de mudança. E também da desesperança. A cidade, cuja rebeldia lhe deu o sugestivo nome de “Barcelona portuguesa”, vai conhecer até ao limite a degradação das condições de vida. Foi, aliás, este profundo cansaço, esta exaustão de recursos anímicos com a fome a espreitar em cada esquina, que levou à impossibilidade de resistência ao 28 de Maio, que Setúbal encarará como” mais um golpe”.
As cidades merecem conhecer o seu passado.

Se este estudo contribuir para recuperar um pedaço da memória urbana, cívica, social e política de Setúbal, que o Estado Novo, o tempo e a inércia tentaram apagar, cumpriu a sua função.”

Albérico Afonso

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