Ministro defende ‘ensino superior mais ativo’ nos Países de Língua Portuguesa
Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, sublinhou ontem no
Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) a necessidade de “um reforço da
qualificação, em Portugal e no mundo”, bem como de um “ensino superior mais ativo” em
resposta aos dois processos de transição atualmente em curso, a digital e a ecológica.
O governante falava na abertura da 11ª Conferência FORGES,
organização conjunta entre a Associação FORGES, o IPS e o Instituto Politécnico de
Macau (IPM), que está a decorrer até ao final da semana em formato misto
(online e presencial), reunindo 170 participantes para uma reflexão em torno
da temática “Cooperação no Ensino Superior dos Países e Regiões de Língua
Portuguesa perante os Desafios Globais”.
Realçando a “importância estratégica” desta rede, enquanto veículo de projeção da
Língua Portuguesa no mundo, o governante apontou vários desafios que se colocam ao
Ensino Superior neste vasto território que une quatro continentes. Desde logo a urgência de
“um ensino mais ativo, implicando o envolvimento em ambientes de
investigação e inovação desde o primeiro dia”, isto considerando a vocação
crescente das instituições de ensino superior “também como potenciais criadores de
emprego”.
Outro desafio apontado diz respeito à mobilidade internacional, sendo necessário,
defendeu Manuel Heitor, “estimular a circulação de mais estudantes neste espaço dos Países
e Regiões de Língua Portuguesa”, em cumprimento de uma verdadeira “cooperação bilateral e
multilateral”.
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No arranque, o encontro internacional, que reúne participantes de Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste, contou igualmente com as mensagens do Presidente da República
Portuguesa e do Chefe do Executivo de Macau. Marcelo Rebelo de Sousa
apelou às instituições de ensino superior (IES), que tanto contribuíram para o combate à
pandemia nas suas várias vertentes, para que reforcem a sua “capacidade de recomeçar, de
ressurgir, neste período quase pós-pandémico, repensando os modos de ensino-
aprendizagem, investigação, responsabilidade social e apoio à sociedade”.
Por seu turno, o Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng,
sublinhou a importância estratégica da Região Administrativa Especial de Macau como
“plataforma de cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa” e território onde
se formam “talentos bilingues, em chinês e português”, nomeadamente no quadro da Grande
Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, futuro centro internacional de inovação científica e
tecnológica.
Na mesma linha de pensamento, Marcus Im Sio Kei, presidente do Instituto
Politécnico de Macau (IPM), lembrou a “vantagem competitiva das IES de Língua
Portuguesa neste projeto” e a “oportunidade única de participar num centro de inovação e
numa região metropolitana de nível mundial, dos quais o IPM será parceiro”.
Também enquanto anfitrião, o presidente do IPS, Pedro
Dominguinhos, realçou a inovação pedagógica enquanto “um dos desafios mais
relevantes” que se colocam ao Ensino Superior, exigindo da parte das instituições, e
concretamente no universo dos Países de Língua Portuguesa, a “capacidade de trabalhar em
conjunto, de interagir”. “As IES devem estar cada vez mais permeáveis ao ambiente em que
atuam, sendo capazes de formar pessoas qualificadas para dar resposta às exigências do
mercado de trabalho e às necessidade de aprendizagem ao longo da vida”, referiu o
responsável.
Ao longo de cinco dias, entre sessões plenárias e paralelas, a 11ª Conferência FORGES
vai abordar temáticas como Formação e Inovação Pedagógica, Sustentabilidade,
Qualidade, Impacto
