Mulheres na Ciência | Entrevista a Luísa Carvalho, vice-presidente – IPS – Instituto Politécnico de Setubal
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Mulheres na Ciência | Entrevista a Luísa Carvalho, vice-presidente

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O combate aos estereótipos de género continua a ser uma
necessidade premente. Na produção científica, como noutros
domínios da vida em sociedade, defende Luísa Carvalho, vice-presidente do
IPS para a Investigação e Desenvolvimento. Existem cada vez mais mulheres
investigadoras e docentes do Ensino Superior, nota, mas as desigualdades ainda persistem,
como herança de um passado em que o acesso à educação era
diferenciado para homens e mulheres.

 

De que forma contribuem hoje as mulheres para a
ciência que se produz em Portugal?

As mulheres contribuem significativamente para a ciência em Portugal em diversas
áreas e desempenham papéis importantes em diferentes setores e
áreas científicas. Existem cada vez mais mulheres investigadoras nas
várias áreas científicas, com destaque para áreas antes
eminentemente “masculinas”, como as engenharias.

Esta tendência alarga-se ao Ensino Superior. Na carreira docente,
politécnica e universitária, houve nos últimos 50 anos uma
evolução positiva no sentido da paridade, ainda que no topo das carreiras ou
nos lugares de gestão haja ainda uma notória diferença entre homens e
mulheres que os ocupam.

Iniciativas para promover a igualdade de género e apoiar o avanço das
mulheres na ciência continuam sendo importantes para garantir um ambiente
científico mais inclusivo e diversificado, em Portugal e em todo o mundo.

 

Que principais obstáculos continuam a
enfrentar as mulheres no que respeita à sua participação e
reconhecimento na área da investigação?

Considero que, a este nível, as dificuldades enfrentadas pelas mulheres
são iguais às dos homens. Falo pela minha experiência pessoal. Neste
momento, como investigadora, não há nada que me leve a ter opinião
contrária, mas pode ser uma perceção pessoal.

 

Faltam-nos modelos de referência femininos
na área da investigação ou ainda não lhes damos a devida
visibilidade?

Parece-me que já existem alguns modelos de referência, e não sei
até que ponto os cientistas, independentemente do género, são
eficientes a divulgar os resultados da ciência de forma massiva. Parece-me que as
desigualdades existentes derivam em grande parte do passado, ou seja, modelos de acesso
à educação e à ciência desiguais entre homens e
mulheres, que se refletem nos dias de hoje. Mas em Portugal, à data de hoje,
acredito que uma menina terá as mesmas oportunidades que um menino para
escolher a sua carreira.

 

Dentro da sua esfera de ação,
enquanto docente, investigadora e dirigente, o que propõe para combater os
estereótipos de género e inspirar as jovens estudantes a seguir carreiras
científicas, se for essa a sua vocação?

O combate aos estereótipos deve fazer parte da nossa ação como
cidadãos em todos os fóruns. Como docente e dirigente considero que, caso
seja necessário, teremos de continuar a promover políticas que promovam a
igualdade e paridade entre géneros dentro das organizações e de
espelhar e promover as boas práticas e exemplos inspiradores que permitam que
continuemos a acreditar e praticar a igualdade.

 

 

11
fevereiro/2024

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