O impacto educacional, social e económico da valorização dos conhecimentos – IPS – Instituto Politécnico de Setubal
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O impacto educacional, social e económico da valorização dos conhecimentos

Os concursos especiais de ingresso no ensino superior, através da via Maiores de 23, constituem uma oportunidade «não só para realizar um sonho adiado, mas também para promover a empregabilidade individual, a competitividade económica e a coesão social». Esta é a opinião do Prof. Doutor António José Almeida, docente do Departamento de Comportamento Organizacional e Gestão de Recursos Humanos e Coordenador do Mestrado em Gestão Estratégica de Recusos Humanos da ESCE/IPS, acrescentando que a aposta na valorização dos conhecimentos «é um desafio que vale a pena aceitar, quer a nível pessoal como profissional».

##2## – Atualmente, qual a relevância de apostar na formação ao nível do ensino superior?

A formação avançada é uma condição fundamental para promover o desenvolvimento socioeconómico de um país e de uma região. Numa economia do conhecimento como é aquela em que vivemos hoje, e na qual estamos integrados enquanto membros da União Europeia, não é sustentável pensar em qualquer processo de desenvolvimento competitivo que não seja na base do conhecimento técnico-científico, condição para promover a capacidade de inovação nas suas diferentes dimensões. Também do ponto de vista individual a formação superior constitui-se num instrumento privilegiado de suporte à empregabilidade dos indivíduos. A economia do conhecimento exige pessoas dotadas não só dos instrumentos cognitivos para compreender e agir, mas também de pessoas com capacidade de refletir criticamente.

– De que forma esta aposta na formação superior pode
tornar-se num fator de competitividade e diferenciação?

Como dizia anteriormente, numa economia do conhecimento a capacidade competitiva dos países e das empresas está estreitamente relacionada com a capacidade de inovação e de compreensão das dinâmicas dos mercados. Presentemente o ensino superior é a instância privilegiada, a partir da qual se produz e dissemina conhecimento técnico-científico capaz de suportar de forma dinâmica esses processos competitivos. Aliás, a economia portuguesa é um excelente exemplo de como a capacidade de inovação permitiu que muitos dos setores produtivos tradicionais se posicionassem nos mercados internacionais, num patamar de qualidade e diferenciação ao mais alto nível. Exemplo disso é sem dúvida alguma o caso do setor do calçado no plano industrial ou do setor do vinho no plano agrícola.

– O ingresso no ensino superior, através dos concursos especiais de Maiores de 23, pode ser uma porta de entrada para o sucesso profissional, para um futuro profissional mais valorizado e com mais oportunidades? De que forma e porquê?

Todos os mecanismos que têm vindo a permitir a promoção da escolarização quer de jovens, quer de adultos são essenciais para a sustentabilidade de uma economia baseada no conhecimento. O caso dos maiores de 23 anos é um excelente exemplo de como se pode reforçar as qualificações de uma parte significativa da população, área na qual Portugal apresenta um conjunto de debilidades estruturais muito fortes, reforçando não só a capacidade das organizações para responder aos desafios da modernização e da competitividade, mas também a capacidade das pessoas para compreender o mundo e reforçar a sua empregabilidade. Este reforço da empregabilidade não pode, no entanto, ser confundido com um discurso apoteótico sobre o sucesso profissional. A realidade do mercado de trabalho é hoje tão volátil, que não podemos criar a expetativa de que o facto de estas pessoas terem acesso ao ensino superior lhes vai abrir um novo campo de oportunidades profissionais ilimitadas. O valor do saber mede-se, também, pelo seu contributo para a promoção da cidadania e para a construção de uma
sociedade mais coesa e geradora de uma efetiva igualdade de oportunidades. Aliás, como costumo dizer aos meus estudantes, que estão

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