Politécnico de Setúbal acolheu Congresso Internacional do Doente Crítico
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Mais de 300 enfermeiros e outros profissionais de saúde estiveram reunidos no
Politécnico de Setúbal (IPS), entre 24 e 25 de novembro, em mais uma
edição do Congresso Internacional do Doente Crítico – DC´23,
promovido pela Associação Portuguesa de Enfermeiros
(APE), da qual o IPS é parceiro através da Escola Superior de
Saúde (ESS/IPS).
Ao longo de dois dias, o programa de palestras, masterclasses e
workshops ofereceu várias oportunidades de reflexão e de
partilha de conhecimentos em torno das componentes do circuito do doente crítico,
“Do pré-hospitalar aos cuidados intensivos”,
proposto como temática geral do encontro.
À experiência da realidade da enfermagem portuguesa no que toca
à prestação de cuidados à pessoa em situação
crítica, vieram juntar-se também contributos de profissionais que
desenvolvem trabalho noutros países. Foram os casos dos espanhóis
Navid Behzad, médico do SUMMA 112 (Madrid), que falou sobre
as tecnologias na gestão de catástrofes e nos acidentes multi-vítimas,
e de Roberto Montes, enfermeiro do Serviço de Helicópteros de
Emergência Médica de Castilla La-Mancha, que partilhou a sua
experiência enquanto coordenador de um projeto de transfusão
sanguínea em helitransporte.
De Itália, chegou o contributo do médico
Luca Ragazzoni, coordenador científico do CRIMEDIM, um centro
académico universitário que se dedica à pesquisa,
educação e treino na área de medicina de catástrofes e
saúde humanitária, destacando-se igualmente a intervenção da
enfermeira portuguesa Mariana Campilho, que deu a conhecer aos
presentes a sua experiência no Royal London Hospital – Major Trauma
Center, enquanto profissional especializada na resposta à vítima
politraumatizada neste serviço de urgência londrino.
Da realidade nacional, são de sublinhar contributos sobre doação,
transplantação e manutenção do doente doador,
evacuações aeromédicas no arquipélago dos Açores,
ECMO (Oxigenação Extracorporal por Membrana), trauma,
organização dos circuitos do doente crítico e o papel do enfermeiro em
cada um dos seus constituintes, formação em enfermagem do doente
crítico e o papel do enfermeiro enquanto líder e gestor.
Em suma, em mais uma edição, o Congresso Internacional do Doente
Crítico permitiu “reforçar e incentivar ao desenvolvimento de
competências dos enfermeiros na prestação de cuidados à pessoa
em situação crítica nas diversas vertentes, desenvolvendo um papel
central e insubstituível em todas as fases dos cuidados”, sublinha
Paulo Monteiro, da Comissão Científica. Para o
responsável, “os enfermeiros nesta área são pessoas
altamente treinadas e que se movem habitualmente em contextos complexos e por vezes
hostis a vários níveis (emocional e físico) e este evento tem como
objetivo promover a discussão e a atualização”.
Paulo Monteiro realça ainda “a crescente apresentação
de trabalhos científicos no Congresso, que este ano contou com mais de 30
comunicações livres e posters de elevado rigor científico, o que revela o
crescente investimento não só na formação, mas também
na investigação nesta área, que é determinante para o
crescimento da profissão e do desenvolvimento da enfermagem especializada
à pessoa em situação crítica”.
Criada em 1968, a APE é a mais antiga associação profissional de
enfermagem, à qual a ESS/IPS está ligada através de protocolo de
cooperação, numa parceria de “grande importância, uma vez que
assim se conseguem unir sinergias entre a prática profissional e a academia,
antevendo-se muito trabalho em comum”, considera a direção da escola.
