IPS reflete sobre o papel do ensino superior na sociedade do futuro
A temática do papel do ensino superior face aos desafios da sociedade
do futuro marcou esta manhã o arranque do 2º Congresso do
Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), com a presidente
do Conselho Coordenador do Ensino Superior, Helena Nazaré, a defender
a alteração do paradigma da “transmissão de
informação para o da análise da informação”. Em
plena revolução digital, as instituições de ensino superior devem
“investir sobretudo no processo de transformar a informação
disponível em conhecimento”, afirmou.
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Segundo a conferencista, que inaugurou a primeira das quatro sessões
temáticas previstas para estes dois dias de reflexão, diante de um futuro
“muito difícil de antecipar” no que ao mercado de trabalho diz
respeito, o ensino superior deve estar preparado “para levar a cabo uma
reorientação que permita enfatizar as competências não
técnicas dos estudantes”. Porque, justificou, “o que nós
não conseguimos verdadeiramente antever é a resposta humana”,
sendo “previsível que algumas capacidades do homem não possam ser
replicadas pelas máquinas, como a inteligência social e emocional, o
pensamento abstrato, ou a capacidade de desenvolvimento harmonioso em ambientes
diversos”.
Para além do desafio das competências digitais, a dirigente
sublinhou igualmente a necessidade de as instituições de ensino superior
terem uma participação mais ativa nos ecossistemas de inovação
regionais, nomeadamente como “fontes de atração de
talentos”. E aqui deixou uma palavra chave: parcerias. “É
preciso fazer com que os talentos que nós precisamos de atrair para o ensino
superior depois permaneçam durante algum tempo nas regiões. Isto
não se faz sozinho, tem que haver parcerias com os municípios, empresas,
escolas, unidades de saúde, todos os que entram no pacote de acolhimento”,
concluiu.
Antes, na sessão de abertura, a presidente da Câmara de
Setúbal, Maria das Dores Meira, definiu o Politécnico de
Setúbal como um “polo de conhecimento da maior importância para o
País”, exaltando a instituição como “parte fundamental
da grande transformação que Setúbal tem sofrido nos últimos
anos”. Nestes 40 anos de vida, celebrados neste 2.º Congresso, o IPS
“tem sabido encontrar os mecanismos necessários para
crescer e ajudar a crescer a nossa região”, disse.
Enquanto anfitrião, o presidente do IPS, Pedro
Dominguinhos, aproveitou para relembrar a grande missão das
instituições de ensino superior enquanto construtoras de
“territórios mais competitivos, justos, coesos e sobretudos inclusivos”
e assumiu este congresso sobretudo como um “momento de humildade”, em
que se pretende reunir os diferentes atores da região e do País para
“que nos possam ajudar a construir um instituto capaz de responder aos desafios
que a sociedade nos coloca”.
O 2º Congresso do IPS reúne até amanhã, no
auditório nobre da instituição, mais de duas dezenas de especialistas
na área da educação e ensino, sendo um dos pontos altos das
comemorações do 40.º aniversário. António
Sampaio da Nóvoa, reitor honorário da Universidade de Lisboa e
atualmente embaixador de Portugal na Unesco, é o último
conf
