
Politécnico de Setúbal ganha novo polo de inovação tecnológica em parceria com o instituto CCG/ZGDV
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- Data 11/07/2025

Projeto é reconhecido como estratégico pela CCDR de Lisboa e Vale do Tejo
O primeiro polo em território nacional do Instituto CCG/ZGDV, uma das mais reputadas e inovadoras Organizações de Investigação e Tecnologia (RTO) do país, com foco nas tecnologias digitais e computacionais avançadas, está sediado no Politécnico de Setúbal.
A nova unidade, inaugurada na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), aposta na convergência entre as tecnologias digitais e a engenharia e vai centrar-se nos projetos de inovação e investigação em áreas como visão por computador, inteligência artificial, ciência de dados, simulação virtual de operação de equipamentos, e conceção de plataformas físicas de voo customizadas.


Uma das suas grandes apostas é a criação do Laboratório de Processamento de Imagem Médica, focado no desenvolvimento de soluções inovadoras para o apoio ao diagnóstico e tratamento clínico, nomeadamente do cancro, bem como de outras doenças crónicas não transmissíveis. O laboratório foi apresentado na ocasião por Miguel Guevara, docente e investigador do IPS, numa sessão que incluiu também a assinatura de protocolos com as Unidades Locais de Saúde da Arrábida e de Almada-Seixal.

“Mais do que uma nova infraestrutura, o IPS inaugura hoje um novo capítulo de colaboração, de inovação e de compromisso com a ciência, com a saúde e com o desenvolvimento tecnológico”, referiu na sessão de abertura a presidente da instituição, Ângela Lemos, lembrando “a missão central do Ensino Superior público: estar ao serviço das pessoas e do território”, na qual o IPS se inscreve.
Referindo-se ao novo laboratório, a responsável sublinhou que se trata “um exemplo concreto do que pode resultar da união entre conhecimento, tecnologia e intervenção comunitária e que terá impacto direto na área da saúde, particularmente no diagnóstico e tratamento do cancro, onde a inovação pode significar tempo e onde o tempo pode significar vida”.

Na sua intervenção, Ricardo J. Machado, presidente do Conselho de Administração do CCG/ZGDV, lembrou que este polo pioneiro “decorre naturalmente da intensificação da atividade de cooperação que temos com o IPS”, representando um “importante contributo que pode alavancar o que já se produz no território em matéria de medicina e biomédica, com competências diferenciais em processamento de dados, machine learning, visão por computador e processamento de imagem”.
No que toca aos sistemas de aeronaves não tripuladas, vulgo drones, o responsável enumerou várias aplicações do trabalho de investigação a desenvolver neste polo, “desde logo civis, ligadas à agricultura, gestão de território e combate a incêndios, mas também na área da Defesa, havendo já um trabalho de colaboração com a Marinha Portuguesa”.

Reconhecido como estratégico pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo, com um financiamento na ordem dos 608 mil euros, o polo do CCG/ZGDV em Setúbal é “um sinal de que o conhecimento está a descentralizar-se e a enraizar-se num território com vocação transformadora e um potencial de crescimento inequívoco”, sublinhou a presidente desta entidade, Teresa Almeida, que também interveio na sessão de abertura.
Num contexto de grande atratividade, com o anúncio do investimento em infraestruturas de grande relevo, como o novo aeroporto, a responsável considera fundamental reforçar os polos de conhecimento e capacitação que existem no território. “O IPS é um deles e merece ser destacado pela localização estratégica, pela qualidade de investigação que produz, pela ligação ao tecido empresarial da península e sobretudo pela capacidade de materializar projetos estruturantes como este que hoje inauguramos”, rematou.